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César C.

César C. 43 anos. Num dia de chuva e mau tempo cá nos Açores, havia muito pouca gente na rua, até que encontrei o César quase por sorte, num parque de estacionamento na costa norte de São Miguel. Vi-o à distância a colher espinafres (que nascem selvagens nesta zona da ilha) e decidi ir ter com ele. Conta-me que é de Felgueiras e que “vim aproveitar o feriado e fazer um fim de semana grande em São Miguel”. Trabalha na Cruz Vermelha e diz que no continente a crise fez muita mossa, “há muita gente a passar sérias dificuldades, nós não temos mãos a medir”, diz-me num tom triste. Depressa a conversa voltou para os Açores, “opá isto aqui é uma maravilha, maravilha mesmo, é tudo tão verde e este tempo? Não percebo este tempo” (contei-lhe que nos Açores costumamos dizer que passamos pelas 4 estações num só dia, e aí já percebeu melhor as mudanças climáticas repentinas). Tenho a certeza que a palavra que mais usou foi a palavra "maravilha". Disse-me, muito contente, que quando chegou tomou um banho de mar e que foi das melhores coisas que fez, sentindo que estava a mergulhar no atlântico profundo. Quando lhe perguntei pelos espinafres respondeu-me que “vocês têm um clima perfeito e ainda por cima os espinafres crescem de forma selvagem e são lindos, verdes, como não se encontra num supermercado”. Vai cozinhar os espinafres hoje para o jantar, “isto com um "refogadozinho" e uma carne vai ficar um pitéu”, conta-me com um sorriso enorme na cara. Desejei-lhe o resto de umas boas férias e só espero que o jantar tenha sido mesmo bom. 

Ribeira Grande. 6 de Dezembro de 2015. 
Rui Soares

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