Luís Alberto, 38 anos - vi o Luís a vasculhar o lixo ao fundo da rua, quando se cruzou comigo meti conversa com ele. Perguntei-lhe se andava a catar lixo. Respondeu-me que sim, que é a maneira dele sobreviver. Num saco trazia uns sapatos que tinha encontrado e isso já lhe vai render uns euros. Não tem casa nem fala com a família nem recebe apoio de ninguém então tem de se desenrascar. Já passou uns meses na prisão por pequenos furtos mas disse-me que a maior prisão são mesmo as drogas que consome desde os 16 anos e que confessou lhe estragaram a vida. Agora só recorre à metadona mas o seu maior vício foi a heroína. Já trabalhou em hotelaria mas há alguns anos que é desempregado. Diz que por agora dorme para os lados de Arroios mas corre a cidade à procura de coisas nos caixotes do lixo que depois possa vender.
Lisboa, 9 de Dezembro de 2015.
Miguel A. Lopes
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